quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Hércules, Política e crise moral

Atualmente, a crise moral se alastra pelo mundo, aquecendo instintos e esfriando sentimentos. Porém, Hércules, em 1827, tanto se impressionou com a imoralidade que mais tarde escreveu: “não diria que seja geral em Cuiabá a dissolução, mas em nenhuma parte vi tão grande tendência para o desregramento”. Entre as causas dessa decadência moral, citou a cobiça pelo ouro, o calor do clima e a facilidade em se viver sem quase trabalhar.
Hércules denotava preocupação com o bem estar do ser humano e da vida em sociedade. Sua inclinação para o socialismo faz supor que conhecia as idéias de socialistas utópicos franceses. Conviveu com políticos do Partido Liberal e, segundo o historiador Aluisio de Almeida, pertencia à Sociedade dos Patriarcas Invisíveis que tinha como um dos objetivos opor-se às arbitrariedades do governo. Foi amigo do Regente Feijó e, segundo o historiador Mello Pupo, amigo íntimo de Antonio Manuel Teixeira, chefe da revolução liberal em Campinas. Não há dúvida que se arriscou pelos seus ideais, produzindo em sua tipografia o jornal dos revolucionários.
Apesar de suas convicções políticas, manteve a virtude e a integridade que caracterizavam seu caráter. E deixou para seus descendentes essa preciosa herança que determina a maneira íntima de ser de cada um e exerce a melhor proteção contra crise de valores sociais. Disso resulta um modo de agir que corresponde ao que ele escreveu em seu diário de viagem: “... o homem, em verdade, nasceu para Deus: seu coração só aguarda os bons ensinamentos, principalmente o bom exemplo”.
Texto publicado no Editorial do informativo da família Florence, "Olhar Florence", Ano 2 - nº 6 - 2007, autor Francisco Florence Neto.

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